Messi supera Maradona em jogos de Copas do Mundo, mas precisa fazer mais pela Argentina
Na vitória da Argentina sobre a Polônia, por 2 a 0, nesta quarta-feira (30), Lionel Messi fez o jogo 999º de sua carreira. Apesar do triunfo, ele torcerá para que a performance não seja um presságio para os próximos tantos jogos que ainda fizer como profissional. Embora tenha ultrapassado a marca de Diego Maradona em números de jogos em Copas do Mundo, Messi fez uma partida abaixo do esperado e ainda desperdiçou um pênalti quando o placar estava zerado. Caso queira ser protagonista num possível título argentino, ele precisará entregar mais.
Longe de qualquer ideia de querer reduzir a trajetória de toda uma equipe a um jogador específico, sabe-se, porém, que Messi pode ser mais protagonista no selecionado de seu país. Embora seja um fato difícil de aceitar para muitos amantes da bola, Messi - assim como CR7 - também está exposto ao envelhecimento e é natural que o nível de suas atuações não seja o mesmo que em tempos passados.
Entretanto, o que se viu no jogo entre Argentina e Polônia foi um camisa 10 que buscou o jogo, tentou 'fazer acontecer' mas falhou na principal oportunidade que teve. Aos 37 minutos do primeiro tempo, o próprio Messi sofreu um pênalti de Wojciech Szczesny. Ele foi para a cobrança e bateu no lado direito à meia altura. O arqueiro adivinhou o canto e conseguiu fazer a defesa, em um lance que poderia ter colocado os 'hermanos' em maus lençóis.
A Argentina dominou a partida inteira e foi muito melhor em todos os quesitos ofensivos do jogo. Mas, sabendo como é o futebol, erros assim podem custar caro, principalmente em jogos decisivos, e ainda mais especialmente quando há Robert Lewandowski do outro lado.
Messi completou sua 22ª partida com a camisa albiceleste em mundiais e ultrapassou a marca de Maradona, que participou de 21 jogos, divididos em quatro Copas (1982, 1986, 1990 e 1994).
Para a alegria de Messi, a Argentina chegou com um conjunto forte, competitivo e muito capaz de reverter situações complicadas dentro das partidas. O susto na primeira rodada para a Arábia Saudita provou ser apenas isto: um susto, um acidente de percurso. Os triunfos sobre México e Polônia - ambos por 2 a 0 - reestabeleceram a confiança dos comandados de Lionel Scaloni, que chegam com moral para as oitavas de final contra a Austrália e ostentando o fato de serem os atuais campeões da América do Sul.
Messi falhar em momentos decisivos com a camisa da Argentina não é exatamente uma novidade.
Em 2016, na Copa América Centenário, na decisão por pênaltis contra o Chile, 'La Pulga' errou sua cobrança e abriu caminho para a conquista do bi da Copa América pelos chilenos.
Além de perder o pênalti na estreia da Copa do Mundo de 2018, contra a Islândia, um outro lance marcou a carreira do argentino: na final da Copa de 2014, o camisa 10 saiu cara a cara com Manuel Neuer e chutou cruzado para fora. O lance aconteceu já nos últimos minutos do jogo e poderia ter selado o tricampeonato mundial da Argentina.
Além da personalidade marcante e pouco contida (o completo oposto do atual camisa 10), uma das maiores diferenças entre Diego Maradona e Messi é que o falecido ex-jogador levou sua seleção à conquista do Mundo em 1986. Quatro anos depois, ele conduziu a Argentina ao vice-campeonato.
Messi já foi vice, agora precisará entregar tudo o que tem para ser o líder do esquadrão rumo a este sonho antigo de ser campeão da Copa do Mundo. Muitas vezes, por caminhos inversos, pode-se alcançar o mesmo objetivo e é isso que o icônico capitão argentino levará como esperança para a sequência da Copa do Mundo.