Germán Cano, Fluminense, Mucho Gusto

Germán Cano celebra um de seus três gols sobre o River Plate, no Maracanã, pela Libertadores 2023
Marcelo Gonçalves/Fluminense
Antes tido como um "desconhecido" pelos seus compatriotas, o argentino passou a ser carrasco na maior goleada sofrida pelo River Plate na Libertadores

A carreira de Germán Cano no futebol argentino não foi das melhores. Várias são as explicações para isso. Desde o fato de ter jogado até como volante (!!!) em algumas ocasiões, até a roleta russa de encontros e desencontros, causas e consequências, que move o futebol e a vida. Não ter brilhado em seu país natal cobrou uma conta: o pai de Lorenzo nunca foi, nem quando já enfileirava gols na Colômbia e aqui pelo Brasil, um nome considerado para convocações da seleção argentina. Os seus compatriotas, sempre foi dito e reafirmado, não o conheciam muito. Pois ao fazer três gols em um 5 a 1 do Fluminense contra o River Plate, ele não será mais esquecido.

Germán Cano já havia colecionado muitos outros “hat-tricks” (ou seja: ao menos três gols em um mesmo jogo). Mas nunca contra uma equipe de seu país natal. Os gols contra argentinos haviam sido raros e espaçados desde que deixou as fronteiras do Rio da Prata. Foi outro fator que ajudou a explicar o desconhecimento que os seus tinham em relação ao seu talento e seu futebol. Cano chegou a dizer que sonhava com uma vaguinha na Albiceleste para a Copa do Mundo de 2022, mas se fez presente apenas como mais um de muitos torcedores nas arquibancadas do Qatar. O nome Germán Cano só apareceu na camisa argentina em versões feitas pela torcida do Fluminense.

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E é justamente com a camisa tricolor que Germán mostra que poderia ter sido um nome digno de seleção. Qualquer uma do mundo. Em 2023, sua média de gols é superior a um por jogo (são 23 em 21 duelos). Se o recorde de bolas na rede foram os quatro tentos sobre o Volta Redonda, no 7 a 0 visto nas semifinais do Campeonato Carioca, o ápice individual veio nos 5 a 1 do Fluminense sobre o River Plate.

Torcedor do Fluminense pede convocação de Germán Cano para a seleção argentina, em 2022

O atacante marcou os dois primeiros tentos no Maracanã, antes de transformar a vitória em goleada ao anotar, já nos minutos finais, o quarto (Jhon Arias fez os outros dois). A equipe treinada por Fernando Diniz teve diversos outros destaques, como Paulo Henrique Ganso, mas a noite foi do camisa 14.

Aos 35 anos, agora é difícil (pra não dizer impossível) vê-lo fazer parte do futebol de seleções. Melhor para o Fluminense. De um desconhecido na Argentina, Germán Cano passou a ser o maior carrasco na derrota mais elástica já sofrida pelo River Plate em todos os tempos na Libertadores. Já é o bastante, e a temporada indica que pode vir ainda mais.

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