O que o Cruzeiro pode fazer após Adidas chamar Atlético-MG de "maior de Minas"?
A relação entre Cruzeiro e Adidas teve uma rusga na última sexta-feira (31), quando a empresa de materiais esportivos divulgou o uniforme do arquirrival Atlético-MG e o apontou como o "maior de Minas". A situação, contudo, não abre brecha para uma possível quebra de contrato, como soube a GOAL.
O contrato entre clube e fornecedora de materiais tem alguns pontos para rescisão unilateral e com previsão de pagamento de multa. O Cruzeiro pode quebrar o contrato, por exemplo, se não houver entrega de materiais no prazo acordado, seja para venda em lojas oficiais ou para uso do departamento de futebol. A ausência de materiais para a venda atrapalharia o repasse de royalties, única forma de pagamento estabelecida no acordo.
A Adidas pode optar pela rescisão, recebendo valores rescisórios, se o Cruzeiro licenciar materiais esportivos a outras empresas. Neste caso, se outra marca assinar um material com autorização do clube.
Não há qualquer discussão para que as partes rescindam o contrato, mesmo que o episódio da última sexta-feira tenha desgastado a relação entre as partes. O atual contrato se encerra em dezembro de 2025.
Em dezembro de 2021, quando a Adidas entrou em acordo com o Atlético-MG, para assinar os materiais esportivos do clube a partir de julho, houve uma conversa da empresa com a então diretoria cruzeirense. O presidente Sérgio Santos Rodrigues foi avisado à época sobre o acordo da empresa com o arquirrival.
Havia um aditivo previsto em contrato para dezembro de 2022, mas esse instrumento foi antecipado para que os contratos fossem equiparados assim que o acordo com o Galo entrasse em vigor — em julho de 2022.
A justificativa da Adidas é que seria necessária isonomia na relação com os clubes. A empresa de material esportivo queria evitar, à época, um possível desgaste entre as partes. Hoje, os contratos dos dois clubes de Belo Horizonte têm cláusulas idênticas.